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Boas Notícias Para Quem Tem Esteatose Hepática

Tempo de leitura: 6 minutos

Embora seja um quadro preocupante que requer bastante cuidado e atenção, fazendo uma pesquisa, encontramos boas notícias para quem desenvolveu esteatose hepática, popularmente conhecida como “gordura no fígado”.

Estamos colecionando aqui artigos sobre questões de saúde que mudam a vida das pessoas, então buscamos temas que atingem grande parte da população brasileira.

No Brasil, estima-se que cerca de 30% dos adultos apresentem algum grau dessa condição, que está frequentemente associada a doenças metabólicas, como obesidade e diabetes tipo 2.

Esses números alarmantes reforçam a necessidade de estratégias eficazes e acessíveis para o manejo e prevenção da doença.

Felizmente, estudos recentes mostram que mudanças no estilo de vida, como a combinação de jejum intermitente e exercícios físicos, e/ou a adoção da dieta mediterrânea, podem reverter significativamente esse quadro, trazendo esperança para milhões de pessoas.


Efeito do jejum em dias alternados combinado com exercícios aeróbicos

Efeito do jejum em dias alternados combinado com exercícios aeróbicos na doença hepática gordurosa não alcoólica: um ensaio clínico randomizado (que deixaremos no link abaixo do tópico)

A combinação de jejum em dias alternados e exercícios físicos se mostra promissora para o manejo de desordens hepáticas, como a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Este regime atua reduzindo os níveis de gordura no fígado, melhorando a sensibilidade à insulina e promovendo alterações metabólicas benéficas.

Os resultados do estudo reforçam a importância de abordagens integrativas que aliam intervenções dietéticas e exercícios para o tratamento de condições metabólicas e hepáticas.

Protocolo facilmente adaptável

Seriam dias de jejum alternado com dias de dieta comum. No dia de jejum, além do jejum de 17 horas aproximadamente, na janela de alimentação seria o uso de alimentos leves como saladas e sopas, alternado ao dia de sua dieta comum do dia a dia.

Durante o jejum é permitido se consumir chás, cafés sem açucar, podendo ser adoçado com adoçantes dietéticos como estévia. Cuidado com Xilitol e Eritritol pois podem formar muitos gases e pode até ser perigoso em grande quantidade.

O estudo não aponta nenhuma dieta específica, somente de modo geral que não haja abuso de alimentos processados, ou com alta densidade de carboidratos ou gorduras trans na dieta.

Combinado a isso, exercícios aeróbicos de intensidade moderada 5 sessões por semana de 60 minutos por sessão.

A flexibilidade do protocolo permite sua adaptação para diferentes estilos de vida, tornando-o viável para pacientes sob supervisão médica.

Como adaptar jejum ao dia a dia

Sabemos que se você nunca fez jejum intermitente, o ideal é iniciar por substituir alimentos processados por alimentos de forte contribuição nutricional.

depois de alguns dias comendo bem certinho comidas de boa densidade nutricional, então pode começar a fazer períodos menores de jejum e não partir logo para 17 horas, pois isso pode ser muito desafiador.

Pense no seu período dormindo como parte desse tempo, e isso mostra que você pode dar conta disso.

Embora os benefícios sejam evidentes, é crucial lembrar que cada organismo responde de forma única. O acompanhamento de profissionais de saúde é indispensável para ajustar práticas e evitar riscos, especialmente para pessoas com condições pré-existentes.

O que os dados mostraram

Os dados estudados indicam que essa abordagem pode ser uma aliada poderosa na promoção de saúde hepática e bem-estar geral.  Também as descobertas mostram que a intervenção combinada melhorou o controle glicêmico ao diminuir a insulina em jejum, diminuir a resistência à insulina e aumentar a sensibilidade a ela.

Após 3 meses, reduções significativas na esteatose hepática (5,5%) foram observadas no grupo de combinação de exercícios com o protocolo de jejum.

Outra análise no mesmo estudo ainda mais animadora

Nesse mesmo estudo há uma análise que não estabelece o tempo do novo hábito, portanto isso pode se tratar de uma mudança de estilo de vida, mas os resultados são animadores:

Dados de uma revisão sistemática recente de 24 ensaios apenas de exercícios físicos em pacientes com essa condição mostram que exercícios estruturados (intensidade moderada a vigorosa, 3-5 dias por semana) produzem uma redução relativa de 20-30% na esteatose hepática

Pense se isso se tornar um estilo de vida, só vai melhorando…

Como o protocolo acaba por influenciar o hábito

Também é interessante que os participantes não compensaram a falta de comida no dia do jejum comendo mais no dia da alimentação comum.

É engraçado que no estudo eles chamam o dia que não se faz jejum de “dia de festa”.

Esse fenômeno foi relatado em vários outros ensaios, o que mostra que o período de jejum e a alimentação de qualidade, acaba por modificar a quantidade também.

Fonte de estudo para esse tópico com todos os detalhes: PMC


A dieta mediterrânea melhora a esteatose hepática

E não só isso, mas também melhora a sensibilidade à insulina em indivíduos com doença hepática gordurosa não alcoólica.

O estudo que verificamos (fonte logo abaixo do tópico) investigou os efeitos da dieta mediterrânea (DM) em pacientes com esteatose hepática não alcoólica (NAFLD).

As conclusões foram de que: A adoção da dieta mediterrânea, mesmo sem perda de peso, reduz a esteatose hepática e melhora a sensibilidade à insulina em indivíduos com NAFLD. Esses achados sugerem que a DM pode ser uma intervenção dietética eficaz para o manejo da NAFLD.

Como é a Dieta Mediterrânea

A dieta mediterrânea é um padrão alimentar inspirado nos hábitos tradicionais de países da região do Mediterrâneo, como Grécia, Itália e Espanha. Ela é reconhecida mundialmente por seus benefícios à saúde, especialmente na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e condições metabólicas, como a esteatose hepática. Os principais pilares da dieta mediterrânea incluem:

Características da Dieta Mediterrânea

  • Evitar açúcares refinados e gorduras trans.

Alimentos Prioritários:

  • Abundância de vegetais, frutas, grãos integrais, legumes e oleaginosas.
  • Azeite de oliva como principal fonte de gordura.
  • Peixes e frutos-do-mar em quantidades moderadas.
  • Consumo esporádico de carnes vermelhas e processadas.
  • Laticínios em porções moderadas, como queijos e iogurtes.
  • Temperos naturais, como ervas, alho e especiarias.
  • Consumo ocasional de vinho tinto, geralmente durante as refeições (opcional e moderado).

Práticas Alimentares:

  • Comer em porções moderadas.
  • Foco em alimentos frescos e minimamente processados.

Exemplo de cardápio que pode melhorar o quadro de Esteatose Hepática

Café da Manhã

  • Torrada de pão integral com azeite de oliva e tomate fresco.
  • 1 porção de queijo branco (como feta ou ricota).
  • 1 xícara de café ou chá sem açúcar.
  • 1 fruta fresca (laranja, kiwi ou uva).

Almoço

  • Entrada: Salada verde com rúcula, espinafre, pepino, tomate, nozes e azeite de oliva.
  • Prato Principal: Filé de peixe grelhado (salmão ou sardinha). / Cuscuz marroquino ou arroz integral.
  • Bebida: Água com rodelas de limão ou uma taça pequena de vinho tinto (opcional).

Jantar

  • Prato Principal: Sopa de lentilhas com azeite de oliva e ervas frescas. / Pão integral ou torradas de sementes.
  • Sobremesa: Iogurte natural com mel e algumas amêndoas.

Esse cardápio é apenas uma sugestão e pode ser ajustado conforme as preferências individuais. A dieta mediterrânea não é apenas um padrão alimentar, mas também um estilo de vida que valoriza refeições feitas com calma e se possível, em boa companhia.

Além de outras pesquisas, o estudo que acessamos para esse tópico foi: PubMed


Avaliação não invasiva da esteatose hepática

A avaliação não invasiva da esteatose hepática é uma forma para o diagnóstico e manejo de doenças hepáticas. Diversos métodos têm sido desenvolvidos para quantificar e caracterizar o acúmulo de gordura no fígado sem a necessidade de biópsia. Os principais métodos incluem:

Ultrassonografia Abdominal:

É o exame mais comumente utilizado para detectar esteatose hepática. Trata-se de uma técnica não invasiva, de baixo custo e amplamente disponível, que permite identificar alterações na ecogenicidade do fígado indicativas de acúmulo de gordura.

Elastografia Hepática (FibroScan®):

Semelhante ao ultrassom, este método avalia a rigidez do fígado, auxiliando no diagnóstico de fibrose hepática decorrente de esteatose ou outras doenças. É um procedimento rápido, indolor e não invasivo.

Tomografia Computadorizada (TC):

A tomografia é uma opção segura que permite avaliar o fígado em diferentes ângulos, auxiliando na detecção de esteatose. No entanto, envolve exposição à radiação e pode não ser indicada para todos os pacientes.

Ressonância Magnética (RM):

Oferece imagens detalhadas do fígado, sendo útil para quantificar o conteúdo de gordura hepática. É especialmente indicada quando é necessário um detalhamento maior do quadro clínico.

Índice FIB-4:

É um escore calculado a partir de dados laboratoriais rotineiros (idade, TGO, TGP e contagem de plaquetas) que auxilia na avaliação do risco de fibrose hepática em pacientes com doenças hepáticas crônicas. Por ser baseado em exames simples, permite uma avaliação frequente e não invasiva.

A escolha do método mais adequado deve considerar fatores como disponibilidade, custo, características do paciente e a necessidade de monitoramento contínuo. A combinação de diferentes técnicas pode aumentar a precisão diagnóstica e auxiliar no acompanhamento da progressão ou regressão da esteatose hepática.

Fontes acessadas para esse tópico: Imag Diagnostico, Dra. Erikapinheiro, Radioclinic Audi, Dasa Navigation, PubMed


Bebidas que podem ajudar a reduzir os danos causados por gordura no fígado

Antes de finalizar, vamos indicar um vídeo de um médico, Dr. André Luís Wambier Cardiologista, que apresenta algumas bebidas e cuidados que podem mitigar os sintomas da esteatose hepática.

Em linhas gerais

Os avanços nas pesquisas sobre esteatose hepática oferecem perspectivas promissoras para o tratamento e a prevenção da doença. Estratégias como o jejum em dias alternados combinado com exercícios aeróbicos, a dieta mediterrânea e métodos de avaliação não invasivos mostram que a ciência está cada vez mais alinhada às necessidades do dia a dia das pessoas.

De certa forma, sempre que falamos em dados de saúde, é um consenso que é necessário cuidar da alimentação, praticar exercícios e dormir bem. Dormir bem e se alimentar bem, ajuda muito na questão de sustentar um jejum intermitente.

Aliás, esse é um tripé que pode guiar nossas futuras pesquisas para artigos.

Como está começando o ano, desejamos Saúde e Prosperidade a todos!

Fonte adicional além dos tópicos: Medicalsuite.

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Simone escreve artigos há mais de 15 anos para seus clientes, dos quais diversos do setor Financeiro de da Saúde. Tem um podcast onde dá dicas de Marketing Digital e práticas de escrita para web. No curso de Marketing que completou no ano de 2000 em São Paulo, uma de suas especializações foi em pesquisa, o que agora lhe faculta se aprofundar nos ambientes de seus clientes e daí extrair conhecimento bem embasado. Todos seus artigos exibem suas fontes de pesquisa.

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